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Oswaldo Montenegro

Ficha Técnica:
Teclados, violões e arranjos: Oswaldo Montenegro
Guitarras, baixos, programações e arranjos: Alexandre Reis
Flauta: Madalena Salles


Coro: Oswaldo Montenegro, Ulysses Machado, Eduardo Costa, José Alexandre, Lila Schakt e Raíza
Fotos: Paulo Fontenelle
Design Gráfico: Paulo Sofia e Tatiana Caltabiano
Direção Musical: Oswaldo Montenegro
Produção: Oswaldo Montenegro
Direção Artística JAM Music: Paulo Amorim
Gerência Artística JAM Music: Sérgio Martins
Editor: Warner Chappell, exceto faixa 8, 1 DP 
 
 
Participações Especiais: Zélia Duncan, Glória Pires, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Jorge Vercilo, Moska, Sandra de Sá, Raíza, Eduardo Canto e Lui Coimbra

 
Léo e Bia 1973 - Trilha do Musical (2005)

Léo e Bia (Oswaldo Montenegro)

No centro de um planalto vazio
Como se fosse em qualquer lugar
Como se a vida fosse um perigo
Como se houvesse faca no ar
Como se fosse urgente e preciso
Como é preciso desabafar
Qualquer maneira de amar varia
E Léo e Bia souberam amar
Como se não fosse tão longe
Brasília de Belém do Pará
Como castelos nascem dos sonhos
Pra no real achar seu lugar
Como se faz com todo cuidado
A pipa que precisa voar
Cuidar de amor exige mestria
E Léo e Bia souberam
 

Anjos e Demônios (Oswaldo Montenegro)

São sete bichos
Sete regras do jogo
Sete provas de fogo
Para a lógica de cada um
São sete mundos
Pelo mesmo planeta
A mesma bola na roleta
E apostando no número um
São sete dores e sorrisos em jogo
Apostando sete corpos em ponto comum
Observando na mesma estação
Os anjos e demônios de cada um
 

Por Descuido ou Displicência (Oswaldo Montenegro)

E quando a saudade dela for te afligir
Aparece
Quando quiser o seu corpo, mas o meu servir
Aparece
Quando me chamar de Bia eu finjo não ouvir
Aparece
Por descuido ou displicência
Para amar em mim aquela que eu não posso ser

 

Coisas de Brasília (Oswaldo Montenegro e Mongol)

Era frio e era claro
Como a seca de Brasília
Eu já não sei se amava ou sonhava
Isso eu sei
Você era mais loura no meu sonho
Que em meu olho, eu sei
Meu olho era escuro
Pro teu sonho iluminar, eu sei
Era reto e projetado
Como as linhas de Brasília
Não diga o que eu já sei
Eu penso que é mentira, eu sei
A nossa solidão é a do planeta
É quase a mesma, eu sei
Atenda o telefone, ouça meu disco
Ou saia pra jantar, eu sei
Minha canção era loucura
Como a alma de Brasília
Contorna, adoça, põe na boca o fel
Da louca ilha, eu sei
E é quase branca a minha angústia
Eu não te amo porque amei
E quando te encontrar
Vou perguntar o que valeu 

Goyarecê - Mulungo (Oswaldo Montenegro)

 
E quem não tem amor do lado
Não é de lugar nenhum
Oi, não é de lugar nenhum (vira poeira)
Não é de lugar nenhum (vira poeira) E quem vai ser abençoado
Hoje é Logun Edé e Ogum
Hoje é Logun Edé e Ogum (vira poeira) Olha o perfume do passado
No gingado de Olodum
Ó no gingado do Olodum (vira poeira)
No gingado de Olodum (vira poeira) E quem não tem amor do lado
Não é de lugar nenhum
Oi, não é de lugar nenhum (vira poeira)
Não é de lugar nenhum (vira poeira) A moça estranha do sobrado
Põe feitiço em qualquer um
Oi, põe feitiço em qualquer um (vira poeira)
Põe feitiço em qualquer um (vira poeira) O viajante aqui do lado
Ta calado, ele é de Oxum
Oi, ta calado, ele é de Oxum (vira poeira)
Ta calado, ele é de Oxum (vira poeira) E misturou ta misturado
Inté romã com jerimum (vira poeira)
Até romã com jerimum (vira poeira) E o que nasceu ta condenado
Até o homem incomum
Até o homem incomum (vira poeira) Até o homem incomum (vira poeira)
Toda palavra de guru (vira poeira) Oi, quem não tem amor do lado
Não é de lugar nenhum
Não é de lugar nenhum (vira poeira) Não é de lugar nenhum (vira poeira) Oi, põe feitiço em qualquer um (vira poeira)
Se ta calado ele é de Oxum (vira poeira)
Até romã com jerimum (vira poeira)
Até o homem incomum (vira poeira)
Toda palavra de guru (vira poeira)
 

Janelas de Brasília (Oswaldo Montenegro)

Da janela do meu quarto olho pra Brasília
Os faróis do carro brilham bem pra lá da Torre
Lógica da arquitetura, lógica do mundo
Hoje ainda gosto de olhar pro mundo
Sem compreender o que meu olho encontra
Hoje a nossa solidão não me parece triste
Olha quanta gente comprando o jornal do dia
Tudo o que eu lhe disse, esqueça
Tudo o que é preciso
Hoje eu tive um sonho
Hoje ta parecido com segunda feira
Mas não leve a mal 

Pra Longe do Paranoá (Oswaldo Montenegro)

Numa tarde quente eu fui-me embora de Brasília
Num submarino do Lago Paranoá
Quero ser estrela lá no Rio de Janeiro
Namorando Madalena na beira do mar
Qualquer dia, mãe, você vai ter uma surpresa
Vendo na TV meu peito quase arrebentar
Quero ser estrela lá no Rio de Janeiro
Namorando Madalena na beira do mar
Quem quiser que faça o velho jogo da política
Na sifilítica maneira de pensar
Quero ser estrela lá no Rio de Janeiro
Namorando Madalena na beira do mar
Eu tenho o coração vermelho
E o que canto é o espelho do que se passa por lá
Lá no Rio de Janeiro namorando
Madalena na beira do mar

 

Ao Nosso Filho Morena (Oswaldo Montenegro)

Se hoje tua mão não tem manga ou goiaba
Se a nossa pelada se foi com o dia
Te peço desculpas, me abraça meu filho
Perdoa esta melancolia
Se hoje você não estranha a crueza
Dos lagos sem peixe, da rua vazia
Te olho sem jeito, me abraça meu filho
Não sei se eu tentei tanto quanto eu podia
Se hoje teus olhos vislumbram com medo
Você já não vê e eu juro que havia
Te afago o cabelo, me abraça meu filho
Perdoa essa minha agonia
Se deixo você no absurdo planeta
Sem pique bandeira e pelada vadia
Fujo do teu olho, me abraça meu filho
Não sei se eu tentei mas você merecia
 

Celeiro (Oswaldo Montenegro)

Um português de Lisboa viajava à toa e onde já se viu?
Remando numa canoa parou, gente boa, cá no Brasil
E viu pelo ar lindos saltos de um povo a pedir um gol
E viu as canções de Elis nas estrelas a se espalhar
De puro arrepio num doido navio do céu andar
Os tais lindos vícios e os versos Vinícius sentiu brilhar
E um louco poeta ufanista de vista conhece num bar
E viu Pixinguinha compor as canções que o vento não dá
E todos os loucos profetas da cabala tropical
Escrevem seus textos, pretextos mais loucos pro carnaval
E viu a gaivota imitando Garrincha a driblar o mar
E viu o olhar de Cartola na bola da lua
As rosas não falam apenas exalam o que faltar
Pra que sobre um louco celeiro pro mundo quando acabar
 

Quem Diria (Oswaldo Montenegro)

 Seu moço repare a seu lado
Se o mundo caminha correto
Mas não olhe tão descuidado
Bobeia eu logo lhe espeto
Que a vida não ta pra brinquedo
Um sopro já faz ventania
Valente é quem diz que tem medo
O bom porto não traz calmaria
Não faça pergunta sem nexo
Nem vá responder se não sabe
Que o grande segredo do sexo
É fazer caber se não cabe
E nisto resume-se a vida
No poder fazer quem não pode
No poder amar quem lhe agride
No poder matar quem lhe acode
Enquanto um fala besteira
O outro só filosofa
Enquanto um pula a fogueira
O outro rega a farofa
Enquanto um pula pra briga
O outro pula pros cantos
Enquanto um pede guarida
O outro prossegue aos trancos
Enquanto um sobe no muro
O outro apela pros santos
A gente ensaia pra burro
E o povo vê Silvio Santos
Enquanto um cede à loucura
O outro cede à ganância
O que pro pobre é frescura
Pro rico é trauma de infância

Som Molhado (Oswaldo Montenegro)

Repare o som
Alguém entrou no mar
O mar é o mesmo som de alguma risada
Repare o tom
De alguém quando falar
Falar é o mesmo som de alguma risada
Tente reparar, é bom
Quando o vento dá na folha
Lembra o mar, é o mesmo som
Da criança quando o olha
O som de qualquer chuva molha

 

Fado Doido (Oswaldo Montenegro)

 Era loucura
Como é louco tudo o que eu fiz
Agora, seu eu sou feliz
Ai! Agora quem me diz?
Era loucura
E agora quem me diz
Se um dia eu vou
Se agora um dia eu fui feliz
Ai! E agora quem me diz?
Oh! Linda pássara na madrugada
É como se eu não percebesse nada
Liga não, é coisa de cantor
É como a chuva doida na floresta
É como a festa vir depois da festa
É como o gozo vir depois do amor
Ai! E agora quem me diz?

História Estranha (Oswaldo Montenegro)

 Cada história era um sinal
Que o menestrel inventa e eu era assim, meio anormal
Achava que ia ser herói fumando Hollywood, vendendo saúde
Navegando doido, doido, doido, doido e sujo de sal
Cada filme era fatal
Voava década de oitenta rumo ao seu final
E achava que ia ser herói fumando Hollywood, vendendo saúde
Navegando doido, doido, doido, doido e sujo de sal
Cada louco é se não fosse também aqui
Chuva de colibri eu sou um louco santo, ah!
Eu te amo e jazz
Por trás, onde trás do sol nosso sonho de voar
Era uma história estranha que eu sempre quis decifrar
Mas hoje conto sem pensar que a explicação que eu sei que se não há
Sobra luz nesse caos de paixões

Release (Oswaldo Montenegro)

Eu era um crioulo da mágica Brasília
A ilha brasileira que acende o farol
Guiando caravelas sem mar
(maravilha!)
E cheio de preguiça eu sorria pro sol
Supremo partidário da nova política
De rir da estatística e jogar futebol
Andar com os menestréis nas estradas do mundo
Eu nunca fui profundo e sorria pro sol
Eu era e reconheço que não parecia
Um místico envolvido com o teu carnaval
Comprei este chapéu todo branco no dia
Em que Madá falou que eu era legal
E vou batendo palmas pra nossa alegria
Pra toda poesia que houver, afinal
A vida é descobrir que o Eixão da folia
Deságua de alegria no nosso quintal