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Oswaldo Montenegro

Ficha Técnica:

Artista: Oswaldo Montenegro

Álbum: Canção Nua

Compositor: Oswaldo Montenegro

Canção Nua

Segue

Segue, que esse dia passa

Sem que se perceba eu quase acho graça

Vejo o seu sorriso me guiar na estrada

Pela ventania, última pousada

Viajante só

Segue, que a tua palavra

Já foi quase ouvida e quem caminhava

Alcançou o dia se perdeu na estrada

Se desfez por nuvens, rolou na areia

E adormeceu 

Gueixa

Ah! Eu queria ser gueixa, deixa

Redocicar minha mão

Tocar a tua madeixa, deixa

Que eu recupere a paixão

 

A minha mão te procura, deixa

Que eu te responda, pois não

E que eu te sirva sem queixa, deixa

Que eu recupere a paixão

 

Pra que a insípida lógica

Ceda pra mágica o seu turbilhão

Pra que você reconheça

Embora não pareça, que é minha a questão

 

Ah! Eu queria ser gueixa, deixa

Te aliviar no verão

E quando o sol te torturar, deixa

Que eu seja a lua então

 

A minha mão te procura, deixa

Que eu te responda, pois não

E que eu te sirva sem queixa, deixa

Que eu recupere a paixão

 

Pra que a insípida lógica

Ceda pra mágica o seu turbilhão

Pra que você reconheça

Embora não pareça, que é minha a questão

Ah! Eu queria ser gueixa, deixa...

Retrato

Eu canto sou força que esmaga, não mente, consente

Que vale sorrir quando a hora é de luta

Sinal esperado, meu peito rasgado é sinal de fé

 

Eu grito, sou vento, poeira, sou pó, ventania

Gramado sem gente, covarde, valente

Soldado ou tenente, depende da hora o que eu cismo de ser

 

Sou louco, poeta maldito, moleque vadio

Moleque de pedra, de jogo de bola, de bola de meia

De sol, goiabeira, de pó de quintal

 

Enfim, sou a mesma palavra num outro sentido

Mero menestrel das angústias urbanas

O louco Quixote da grande cidade, da realidade

Moinho a vencer

Estrada Nova

Eu conheço o medo de ir embora

Não saber o que fazer com a mão

Gritar pro mundo e saber

Que o mundo não presta atenção

Eu conheço o medo de ir embora

Embora não pareça, a dor vai passar

Lembra se puder

Se não der, esqueça

De algum jeito vai passar

O sol já nasceu na estrada nova

E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar

Lembra se puder

Se não der esqueça

De algum jeito vai passar

Eu conheço o medo de ir embora

O futuro agarra a sua mão

Será que é o trem que passou

Ou passou quem fica na estação?

Eu conheço o medo de ir embora

E nada que interessa se pode guardar

Lembra se puder

Se não der esqueça

De algum jeito vai passar

 

 

 

Não Há Segredo Nenhum

Esquece a dor, já passou

Abre a janela feliz

Pensa que o vento soprou

Bem mais cor do que você quis

 

Canta o que nunca cantou

Foi seu irmão que pediu

Tudo que sempre sonhou

Tava perto e você não viu

 

A vida é bola de gás

Segura a corda com a mão

Tudo o que o vento não traz

Tá guardado em seu coração

 

Lembra da flauta que ouviu

Vai te ensinar a dançar

Pensa que quem já partiu

Tá voando e vai te encontrar

 

Todo o milagre é comum

Todo poder é fugaz

Não há segredo nenhum

E o seu sonho, a mão do amor traz

O Vento Frio da Infância

O tempo tá no seu lugar

Pra algumas pessoas

É cedo

O vento da infância

Passou e não dá pra pegar

Os apaixonados

Têm medo

E o que ficou tão combinado

Não dá mais pra cumprir

Pra alguns ainda é cedo

Pra algumas pessoas

O tempo tá no seu lugar

Pra algumas pessoas

É cedo

O vento da infância

Passou e não dá pra pegar

Os apaixonados

Têm medo

E o que ficou tão combinado

Não dá mais pra cumprir

Pra alguns ainda é cedo

E o vento frio das infâncias

Ainda sopra nas estátuas

Pra algumas pessoas ainda é cedo

 

Drops de Hortelã

Eu andava meio estranho

Sem saber o que fazia, eu não sei

Andava assim eu não sei

Se era feliz

Eu achava que faria uma canção

E a melodia, eu não sei

Andava assim,eu não sei

Se era feliz

Eu achava que faria tudo que não sei

Que amaria, eu não sei, fazer desenhos com giz

Eu achava que faria uma canção nissei (não sei)

Eu me sentia, eu não sei, um americano em Paris

Eu achava que tamanho tinha a ver com poesia, eu não sei

Mas toda vida eu deixei a vida entrar no nariz

Me mandei pra Curitiba E como eu gosto dessa vida! Ah! Eu sei

Que a paixão que eu falei Me lembra o anis

Fiz um drops de hortelã da bala que eu te dei

Para atirar o porém, da frase que eu nunca fiz.

Verde

Verde, verde, folha desabada

doida cor sem ter qualquer razão de ser

mágica das coisas, das verdes coisas

dos olhos verdes de quem vê.

 

Hortelã dos chás, dos beijos verdes

doido amor sem ter qualquer razão de ser

Plástica dos olhos, dos verdes olhos

Dos olhos verdes de quem vê

Doce maçã da saúde e água

doida flor sem ter qualquer razão de ser

mágica das coisas, das verdes coisas

dos olhos verdes de quem vê.

 

Como rã saltando é folha verde

doido acordo sem qualquer razão de ser

ávida das moças, das novas moças

dos olhos verdes de quem vê

 

 

Sujeito Estranho

Era um sujeito estranho

Na barba, nos olhos, no rosto de sal e mais

Era um sujeito como se fosse possível

Chover sem molhar e mais

Era como se um índio pudesse tentar,

ser como ele era e mais,

Era um menino estranho, um homem tamanho

Sabia pegar e mais

Era como se a força, como se um redemoinho

Puxasse mais

Era como se a lua que eu trago nos dedos

nos puxasse mais e mais

Era como se não tivesse sido jamais

 

 

Cine Atlântida

Não se esconde não, bailarina

A cor da piscina a gente por ver, terá

Não será da cor da vitrine a porta do Cine Atlântida

A mais romântica do lugar

O tempo só dança e fascina

E cada menina acaba por começar

'Inda que o bom senso não assine

A força da primitiva alegria criva de luz o ar

Magnetizante é a crina, o pelo de cima

E a gente calvagará

Se bailarinando se exprime a coisa

Que se me cabe quem é que saberia parar?

Há quem não se cruze na esquina

É coisa de sina, até sem querer será

Não há instrumento que afine

O riso do menininho que eu fui no ninho se enrolará

Não se esconde não, bailarina

A cor da piscina a gente por ver, terá

Não será da cor da vitrine a porta do Cine Atlântida

A mais romântica do lugar

Coração de Todo Mundo

Batendo pernas

Correr mundo afora

Vitrine do mundo

Lugares à mão

Ir onde seus olhos forem

Seguindo as palavras secretas do seu coração

Descer os rios da vida.

Pegar avenidas, escadas,

Ladeiras, metrôs

Conhecer tudo que é esquina

Nas águas das linhas estreitas de um ferry-boat

Coração de um mundo inteiro

Um abraço estrangeiro e tão familiar

Até se encontrar

Vestir estampas de Bali

As joias da Itália

E o xale das moças de Avis

Sentir no ar o perfume barato

Dos becos escuros da velha Paris

Pegar um barco de junco

Um cesto de vime

Deixando pra sempre Xangai

Tomar os mares de Espanha

"No creo en las brujas

Pero que Las Hay, Las Hay"

Coração de um mundo inteiro

Um abraço estrangeiro e tão familiar

Até se encontrar

 

 

Cigana

Eu me vesti de cigana

Pra cantar o sol

Fiz comício e deu cana

Pra cantar o sol

Ah, que riso bacana

Pra cantar o sol

Virtuosa e sacana

Pra cantar o sol

 

Dança, dança, dança pra cantar o sol

Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

Fui quem se dava e se dana

Pra cantar o sol

Quem não mente, te engana

Pra cantar o sol

Quem teu hálito abana

Pra cantar o sol

Virgem Santa e sacana

Pra cantar o sol

 

Dança, dança, dança pra cantar o sol

Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

Fiz do meu corpo cabana

Pra cantar o sol

Fiz de um ano semana

Pra cantar o sol

Fiz do amor porcelana

Pra cantar o sol

Fui cigarra e cigana

Pra cantar o sol

 

Dança, dança, dança pra cantar o sol

Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

Fui tua mão que me esgana

Pra cantar o sol

O que o brilho não empana

Pra cantar o sol

Meu amor tinha gana

De cantar o sol

Virtuosa e profana

Pra cantar o sol

 

Dança, dança, dança pra cantar o sol

Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol

 

Estrelas

Pela marca que nos deixa

A ausência de som que emana das estrelas

Pela falta que nos faz

A nossa própria luz a nos orientar

Doido corpo que se move

É a solidão nos bares que a gente frequenta

Pela mágica do dia

Que independeria da gente pensar

Não me fale do seu medo

Eu conheço inteira sua fantasia

E é como se fosse pouca

E a tua alegria não fosse bastar

Quando eu não estiver por perto

Canta aquela música que a gente ria

É tudo que eu cantaria

E quando eu for embora, você cantará

Silêncio no Afeto

Você que amei mas não amo

Saiba que a vida é assim

Já te chamei, e hoje chamo

Tudo o que passa por mim

De louco passado ou engano

Seja o que for é normal

Tá tudo certo, silêncio no afeto

O poeta canta o final

Você que foi minha amiga

E hoje nem lembra de mim

Nosso segredo não diga

São o que sobra no fim

Não sobra o que foi ciúme

Não sobra o que foi paixão

Tá tudo certo, silêncio no afeto

São pausas da nossa canção

Entrega pra outra pessoa

O amor que eu lhe dei (ele é seu)

Entrega que a vida ainda é boa

E nada que passa morreu

Desenha em alguém a pessoa

Que eu desenhei em você

Desenha e não jura

Paixão nunca dura

Valeu amiga, a gente se vê

 

 

Taxímetro

Eu tava andando na rua, chovia e tava calor

Como um taxímetro o olhar registrava

E me cobrava tudo o que já passou

E você me odeia e eu entendo

E Deus passou lotado por nós

Não, não esqueça que a cabeça abandonou minha voz

A gente andou pela Lua, mas nunca andou de metrô

Eu só estranhava quando te via nua

E preferia de vestido bordô

E você me odeia e eu entendo

E Deus passou lotado por nós

Não, não esqueça que a cabeça abandonou minha voz

Eu tava andando na rua, chovia e tava calor

Como um taxímetro o olhar registrava

E me cobrava tudo o que já passou

 

Aos Filhos de Sagitário

Era claro e sábio

Era manso, metade animal

E livre como ancião

Que já não teme o final

 

E eu amava, amava

Adormecia com gosto de sal na boca

E amava assim

Com a devoção natural

Dos deuses, dos animais

 

Ah, quanto tempo atrás

Ah, quantas noites passei

A galopar em você

Doce centauro, amo você

Doce centauro

 

Era claro e sábio

Era manso, metade animal

E livre como ancião

Que já não teme o final

 

E eu amava, e amava

Adormecia com gosto de sal na boca

E amava assim

Com a devoção natural

Dos deuses, dos animais

 

Ah, quanto tempo atrás

Ah, quantas noites passei

A galopar em você

Doce centauro, amo você

Doce centauro, amo você

Doce centauro, amo você

Doce centauro

 

 

Aos Filhos de Áries

Áries, o primeiro signo, do carneiro apaixonado

Tem em Marte seu designo e no fogo seu reinado

Nas estrelas seu delírio, seu amor enciumado

Nos limites, seu martírio, seu mistério revelado

Louco signo das correntes e emoções arrebatadas

Ariana dos repentes e explosões descontroladas

Ariana, como o fogo, nunca será dominada

Decisiva como o jogo, e a primeira namorada

Signo da sinceridade, da vermelha cor do dia

Signo da velocidade, da impulsão e eu nem sabia

Que era tanta madrugada a derramar no coração

Como a rosa serenada se transforma e pinga ao chão

Derretendo ao fogo da paixão

Éter no Cristal

Havia um gosto bom

E o bem-te-vi contava as novidades

Amoras de batom

Boca de rio fugindo da cidade

Vento de Brasília, som de éter no cristal

Asa de luz ao sol

Vento de Brasília, som de éter no cristal

Asa de luz ao sol

 

 

Cristal

Era de vidro, quase de lâmina

Há de haver no espaço uma igual

Era uma lágrima

Há de ter sido um choro natural

 

Era uma estrela clara de lua

Gota de lume branco e de sal

Era uma lágrima

Há de ter sido um choro natural

 

Era vitrine, como é vitrine

O olho, a janela, a ruga e o cristal

Era uma lágrima

Há de ter sido um choro natural

 

Era de água, quase de espelho

Como o olhar de quem passa mal

Era uma lágrima

Há de ter sido um choro natural

 

Era de lua

Sempre de enluarada impressão

Divina e normal

Era uma lágrima

Há de ter sido um choro natural

 

Era menina, muito menina

Como é menino o bem contra o mal

Era uma lágrima

Há de ter sido um choro natural

 

 

O Condor

Quando voa o condor

Com o céu por detrás

Traz na asa o sonho

Com o céu por detrás

 

Voa condor

Que a gente voa atrás

Voa atrás do sonho

Com o céu por detrás

 

Ah, que o voo do condor no sol

Trace a linha da nossa paixão

Eu quero que seja

Mostrada no meio da rua e rolando no chão

 

Ah, que a gente despedace em luz

Ah, que Deus seja o que quiser

Explode a cabeça

Com olho de bicho

Mas com um coração de mulher

 

Quando voa o condor

Com o céu por detrás

Traz na asa o sonho

Com o céu por detrás

 

Voa condor

Que a gente voa atrás

Voa atrás do sonho

Com o céu por detrás

 

Ah, se fosse como a gente quer

Ah, e se o planeta explodir

Eu quero que seja

Em plena manhã de domingo

E eu possa assistir

 

Ah, que a miserável condição

Da raça humana procurando o céu

Levante a cabeça

E ao levantar por encanto

Escorregue o seu véu

 

Quando voa o condor

Com o céu por detrás

Traz na asa o sonho

Com o céu por detrás

 

Voa condor

Que a gente voa atrás

Voa atrás do sonho

Com o céu por detrás

Lume de Estrelas

Toda vez que eu volto, tô partindo

E no sentido exato é por saudade

Ah, coração! taí a festa e nós

Por aí vai nossa colorida idade

 

Diga depressa com quantas paixões

Faz-se a canoa do amor que a gente quer

E quando eu não voltar acenda o mesmo lume

De estrelas que eu deixei no teu olhar

Por Brilho

Onde vá

Onde quer que vá

Leva o coração feliz

Toca a flauta da alegria

Como doce menestrel

 

Onda vá

Onde quer que eu vá

Vou estar de olho atento

à tua menor tristeza

Por no teu sorriso o mel

 

Onde vá

Vá para ser estrela

As coisas se transformam

E isso não é bom nem mau

E onde quer que eu esteja

O nosso amor tem brilho

Vou ver o teu sinal

 

 

 

Magia

Magia é o que faz voltar

Contra quem desejou o que de mal me desejam

O olho refletindo que vem contra mim

Os magos todos louvados sejam

No dia em que olhei pro mar

E alguém revelou que lá no fundo latejam

Os corações meninos de cem querubins

Que o fundo desse lago azulejam

 

Dá-me Brasília a calma

Que hoje Madalena precisa em mim

Me encha de luz a alma

Que o vento da alegria responda que sim

 

Dá-me Brasília a calma

Que hoje Madalena precisa em mim

Me encha de luz a alma

Que o vento da alegria responda

Que o vento da alegria responda depressa

Que o vento da alegria responda depressa que sim

Travessuras

Eu insisto em cantar

Diferente do que ouvi

Seja como for, recomeçar

Nada há, mas há de vir

Me disseram que sonhar

Era ingênuo, e daí?

Nossa geração não quer sonhar

Pois que sonhe a que há de vir

Eu preciso é te provar

Que ainda sou o mesmo menino

Que não dorme, a planejar travessuras

E fez do som da tua risada um hino

 

Bandolins

Como fosse um par que

Nessa valsa triste

Se desenvolvesse

Ao som dos bandolins

 

E como não,

E por que não dizer

Que o mundo respirava mais

Se ela apertava assim?

Seu colo como

Se não fosse um tempo

Em que já fosse impróprio

Se dançar assim

 

Ela teimou e enfrentou

O mundo

Se rodopiando ao som

Dos bandolins

 

Como fosse um lar

Seu corpo a valsa triste

Iluminava e a noite

Caminhava assim

 

E como um par

O vento e a madrugada

Iluminavam a fada

Do meu botequim

 

Valsando como valsa

Uma criança

Que entra na roda

A noite tá no fim

 

Ela valsando

Só na madrugada

Se julgando amada

Ao som dos bandolins...

Lua e Flor

Eu amava como amava algum cantor

De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor

E sonhava como a feia na vitrine

Como carta que se assine em vão

Eu amava como amava um sonhador

Sem saber por quê e amava ter no coração

A certeza ventilada de poesia

De que o dia não amanhece não

Eu amava como amava um pescador

Que se encanta mais com a rede que com o mar

Eu amava como jamais poderia

Se soubesse como te contar

 

Rasura

Me desculpe o mesmo gesto

Meu constante gesto insano

Que por mais que a mente negue

O coração ele marcou

Como a lógica dos fatos

Que eu traí a todo instante

Rasurando o nosso branco

Com a mistura que eu sou

Me desculpe o gesto louco

 

A aspereza da loucura

Ainda queima no meu calmo

Doido e calmo coração

Mas por que, se a gente é tanto

Nosso amor sofreu rasura?

Nosso inconfundível gesto

Eu desfiz na minha mão

 

Me desculpe, ou melhor, não

Me abraça e comemora

A rasura que foi feita

Foi perfeita na sua hora

E mais que o mais perfeito

Rasurar valeu a pena

Como esteve rasurado

O primeiro original

Do mais lindo poema

 

Poema Quebrado

Eu era apenas rio

Esperando que você navegasse

Poema quebrado no frio

Num salão vazio

Esperando que você recitasse

 

Eu era manhã cinzenta

Esperando de você a aurora

Um lobo de olhar em brasa

Te vendo em casa

E o lobo do lado de fora

 

Eu era, quem diria

A melodia que jamais compusera

E eu, que jamais daria

Era o verbo dar

Dizendo assim: quem dera!

 

Então não vá embora

Agora que eu posso dizer

Eu já era o que sou agora

Mas agora gosto de ser